segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Modelo chinês não interessa ao Brasil


O sociólogo e técnico do Dieese, Fausto Macedo, no Seminário da FEM
acesse mais fotos: www.flickr.com/photos/fem-cutsp

O sociólogo e técnico do Dieese da Subseção do SMABC, Fausto Macedo, também participou do Seminário da FEM-CUT/SP sobre Reforma Tributária e relatou que foram poucas as tentativas de se fazer uma reforma tributária no Brasil. “As alterações que aconteceram foram nos governos dos militares e na Constituição de 1988”, lembra. Macedo chamou a atenção dos sindicalistas para que incorporem nos seus discursos os dados reais do impacto dos encargos sociais na folha de pagamento. “Na hora de reclamar que é importante desonerar a folha, os empresários vem com o discurso de que o impacto é de 102%, mas na realidade não passa de 25%”, explica.
Segundo o sociólogo, os empresários consideram como encargos, o que na verdade deve ser visto como salário, por exemplos: o repouso salarial remunerado; as férias remuneradas; o adicional de 1/3 sobre as férias; os feriados; o 13º salário, entre outros, que juntos totalizam 102%.
Na realidade, o que devem ser considerados como encargos sociais --que são repassados ao governo e também para as entidades empresariais com o objetivo inicial de financiar programas universais – são o INSS; seguro acidentes do trabalho; salário educação; Incra; Sesi ou Sesc e Sebrae, que representam 25,1%.
O técnico do Dieese criticou o mercado que sempre usa como exemplos os modelos chinês e indiano. “Lá os encargos trabalhistas são menores, entretanto, não tem seguridade social (ações que garantem o direito ao cidadão à saúde, à previdência e à assistência social) como o Brasil tem. O modelo chinês, por exemplo, não tem proteção ao trabalhador e isso não nos interessa”, ressalta.
O sociólogo disse que é fundamental o Brasil corrigir a injusta desigualdade e concentração de renda no País, com a adoção de medidas que valorizem cada vez mais a renda dos trabalhadores. “O combate à informalidade é essencial, assim como a melhoria do poder de compra das famílias”, concluiu.
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