segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sindicalistas e Montadoras querem ampliar o modelo de negociação sindical

Da esquerda para direita: Nilton (VW), Sérgio, Biro, Isaac e Erick durante coletiva à imprensa - crédito foto: Mídia Consulte
Cerca de 55 sindicalistas e representantes das montadoras do ABC paulista (Fiat, GM, Volkwagen, Toyota e Ford) iniciaram na segunda, dia 11, um debate sobre a competitividade e o futuro da indústria automobilística brasileira na base da FEM-CUT/SP, na sede da entidade, em São Bernardo do Campo. Promovido pela FEM-CUT/SP em parceria com a Fundação Vanzolini (ligada à USP), o evento que termina nesta terça, dia 12, tem como finalidade ampliar o modelo de negociação existente entre os sindicatos metalúrgicos da base da Federação cutista (ABC, São Carlos e Taubaté) e Tatuí (Força) com as montadoras visando incluir temas de interesse comum, tais como: empregos; ações para competir com os importados; novos produtos/plantas; ações governamentais, relações de trabalho com as matrizes entre outros. “Temos um bom diálogo com as montadoras e queremos neste Seminário fomentar esta relação, debatendo a manutenção da qualidade do emprego na nossa base e a valorização da produção da indústria automobilística”, disse o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques (Biro Biro).
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, -- sindicato que tem o maior número de trabalhadores nas montadoras cerca de 45 mil – ressaltou que o Seminário também terá como metas fortalecer a base dos trabalhadores e projetar uma indústria forte. “Temos muita preocupação com a indústria nacional, principalmente, com esta questão do aumento das importações. O Seminário “Brasil do Diálogo” e a passeata que reuniu mais de 30 mil metalúrgicos na Anchieta, no último dia 8, são ações que realizamos e agora vamos discutir com a presidenta Dilma medidas para proteger a nossa indústria”, explicou.

Sindicalistas durante o Seminário na sede da FEM-CNM/CUT - crédito da imagem: Mídia Consulte
Brasil competitivo
Com a coordenação da Fundação Vanzolini (boxe dados do setor abaixo), os dirigentes e representantes das Montadoras discutiram na parte da tarde no Seminário propostas para alavancar a competitividade da indústria no País.
O gerente de Recursos Humanos da VW, Nilton Júnior, destacou que é fundamental ter um equilíbrio entre emprego de qualidade e competitividade, que dê maior importância tecnológica. “É fundamental ter competitividade, porque abre espaço para a exportação. Produtos com maior valor agregado impactam positivamente na balança comercial”, disse.
Nesta terça, dia 12, os participantes continuarão as discussões e a ideia é definir um conjunto de ações que contribua na ampliação do modelo de negociação.
Mercado automotivo
Os professores Roberto Marx, Mauro Zilbovicius e Adriana Marotti de Mello da Fundação Vanzolini apresentaram no 1º dia do Seminário dados sobre o mercado automobilístico brasileiro e o cenário macroeconômico, baseados na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O Estado de São Paulo se destaca no ranking nacional da produção de veículos, concentrando 45,4% do mercado; em segundo lugar vem Minas Gerais (24%) e o Paraná registra a terceira posição (10,9%).
Sobre a divisão da produção total de veículos por montadora, os dados de 2010 apontam que a Volkswagen lidera com 34,3%; seguida da Fiat (20,4%), GM (18,8%) e Ford (8,4%).
O aumento da participação de veículos importados nas vendas foi outro indicador apresentado, que mostra preocupação. As vendas passaram de 5,1% (87,9 mil em 2005) para 18,8% (660 mil em 2010).
Segundo ainda o estudo da Fundação Vanzolini, se forem mantidas as condições macroeconômicos atuais, o mercado brasileiro de veículos leves atingirá 6,2 milhões de unidades em 2025 e as quatro grandes montadoras instaladas no ABC que atualmente detêm 82% da produção terão 66%.

Viviane Barbosa, editora do Portal da FEM-CUT/SP
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